Breves |
Concluída a reformulação deste página |
13-04-2024 |
Finalmente, as alterações a que nos propusemos estão concluídas. A possibilidade de comentar os meus escritos e a visualização de uma boa parte da minha vida pessoal e profissional ficam online. Chamamos, em particular, a atenção para a Ficha Técnica / Galeria, opção do Menu (frame da esquerda). Mas, não menos importante é o facto de puderem ler ou gravar gratuitamente todos os livros que tenho vindo a publicar, na opção Publicações / Download. Comente Beijinhos e abraços. |
Breves |
Perguntas parvas |
04-04-2024 |
A IA vai ser o seu próximo chefe? S. Pedro um agnóstico, como eu, vai para o Céu, para o Inferno ou fica no limbo? Comente. |
Breves |
Voltei |
24-03-2024 |
Ao cabo de muito tempo e de "muitos trabalhos" cá voltei. A todos os amigos que tentaram contatar-me e a quem não pude responder, as minhas sinceras desculpas. Coisas da vida. Espero poder agora retomar esta página, escrevinanhdo alguma coisa que vos possa agradar. Para já, intrpduzi algumas alterações que podem agilizar este site e disponibilizei quase todos os livros que escrevi, permitindo a sua leitura electrónia gratuitamente. Finalmente, comvidos todos a assinar o Livro de Visitas (Menu - lado esquerdo), uma cortesia da Bravenet. |
Breves |
A Raposa predadora (alegoria) |
10-05-2023 |
A raposa, vaidosa, de pelo brilhante e longa cauda luzidia, parecia faiscar na noite com o néon da discoteca, patética. Bebia um drink numa languidez de freguês habitué, frapê. Mirava, sobretudo, um coelho com pele de veludo. Branco e cinzento, bigodes compridos e nariz nervoso, sempre atento, com orelhas de ouvir tudo à sua volta. Janota, com um laço preto reluzente e diferente na forma de olhar e tentar agradar.
O coelho correspondia ao olhar da raposa com um sorriso carente, movendo a dentuça reluzente como se lhe mordiscasse as bochechas eroticamente. Sedento de luar e de noite, eufemismo de porto de abrigo, inimigo de si mesmo. Deleitado com a sua áurea de macho, puro narcisismo. A raposa saiu do salão, exibindo o seu porte majestoso, na direção do jardim de inverno, sombrio e frondoso. O coelho seguiu-a, rebrilhando o olhar, vazio e sequioso. Meia hora depois, a raposa voltou ao salão. Então mais comedida. O brilho apagara-se e a bebida era um chá de tília. Pendendo do pescoço, um novo adereço, preso à écharpe. Um rabo de coelho, ainda em movimentos, lentos.
Avelino Rosa, Odivelas, 10-10-2014. |
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Breves |
A TAP. Continuação... |
03-05-2023 |
Eu escrevi a TAP “borregou” e… Agora acrescentaria: “A procissão ainda vai no adro.”. Contra os comentadores, o PM tomou um rumo diferente. Não concordando com o PR. O ministro Galamba fica. A política está ao rubro. Quem deu o tiro no pé? Vamos ver o que acontece a seguir, mas parece-me que o PM ganhou este “round”, apesar da condenação dos partidos e do próprio PR. Nada será como dantes… Odivelas, 02-05-2023 |
Breves |
A TAP "borregou" e... |
29-04-2023 |
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Breves |
A Bica |
23-04-2023 |
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Breves |
OVNIS? |
17-04-2023 |
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Breves |
Políticos de faz de conta |
11-04-2023 |
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Prosa |
Cores do Desejo |
11-04-2023 |
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Prosa |
Parábola, segundo Judas |
22-03-2023 |
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Poesia |
Eternidade |
22-03-2023 |
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Ludovico |
Ar condicionado popular |
15-03-2023 |
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Tininha |
Genoma humano |
09-03-2023 |
Hoje ouvi falar da descoberta de uma coisa muito importante pelos cientistas. Os cientistas descobriram a sequência ginética do cromossoma 22. Como não fazia ideia do que fosse, pedi ajuda à minha mãe e foi ela que disse o que eles descobriram, para eu poder fazer esta redacção. Mas parece que a tal sequência é como um quebra cabeças com mais de dez mil peças e, enquanto o não conseguirem montar, fica tudo na mesma Se os tais senhores cientistas conseguirem montar o quebra-cabeças, a medicina pode dar um salto de gigante, é o que diz o meu pai. E isso quer dizer que os remédios passam a ser feitos para cada pessoa. E o que faz bem a mim pode fazer mal à minha amiga Silvana ou mal ao meu amigo Pedro. O senhor da Farmácia tem que ler o meu mapa ginético, para saber como fazer o remédio que me pode curar de alguma doença. Melhor ainda é que o médico, mesmo antes dos meninos e meninas nascerem, pode saber que doenças vão ter e em que idade, o que não me parece nada bem.
Não me parece bem, porque vai deixar sem trabalho muita gente que vive de adivinhar os males das pessoas, como os parapsilógos, e porque os jovens só podem trabalhar se não tiverem doenças até à idade da reforma. O jovem vai à procura de emprego e o senhor da fábrica diz logo: - Mostre lá o seu mapa ginético!... E se o mapa tiver doenças, o jovem fica sem fazer nada. E como não ganha, não pode casar e ter filhos, porque o subsídio de desemprego não chega para alimentar a família. Então vai ficar muita gente sem fazer nada e a taxa de desemprego vai subir. Acho que quem vai ficar mesmo doente são os poucos, que têm um bom mapa ginético, que vão ter de trabalhar para sustentar tantos desempregados. Mas esta grande descoberta tem coisas muito boas. É que sabendo-se com tanta antecipação as doenças de cada pessoa, deixa de haver queixas nos atrasos dos Centros de Saúde e dos Hospitais. No cartão das vacinas, dos meninos e meninas, pode marcar-se também o dia da consulta ou mesmo da operação que cada um vai ter de fazer daí a dez, vinte ou trinta anos. E também é muito bom para nós, porque ficamos a saber quando vamos adoecer e fazer as contas para os remédios de acordo com o mapa que os médicos fizeram quando nascemos. E é melhor para o Estado e para os patrões, que podem saber quem está de baixa por doença ou por malandrice. Não sei é se vai sobrar gente para trabalhar em Portugal, se até os saudáveis podem apanhar uma doença não mapada, devido à poluição ou aos buracos do ozono.
PSD: Acho que esta redacção tem alguns erros, mas a minha mãe ficou tão cansada de me explicar estas coisas que me disse que eu fosse pedir ajuda ao meu pai para corrigir os erros. Ele disse que sim, sem olhar para mim, porque estava a olhar para o computador para uma senhora que estava a tomar duche e que ainda não devia ter jantado, porque faz mal tomar banho depois do jantar. Não percebo porque é que ela toma duche na Internet, mas como sou pequenina há coisas que ainda não entendo. O que já sei é que o meu pai se deve esquecer de corrigir a minha redacção.
Lisboa, 7-04-2000. Tininha |
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Breves |
Dia da Mulher |
08-03-2023 |
Dia da Mulher, mâe, companheira de todos os dias, mesmo quando ausente. Beijinhos a todas as mulheres do Mundo inteiro que nos aturam em cada dia da nossa existência. Para conhecer a história deste dia clique em https://pt.wikipedia.org/wiki/Dia_Internacional_das_Mulheres |
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Ludovico |
Amigos Chatos |
05-03-2023 |
Os amigos são o melhor que há. Chavão real e bonito, já que sem amigos vive-se sozinho, isolado, acabrunhado. Mas aqueles gajos que se dizem nossos amigos, só porque nos foram apresentados circunstancialmente, são, geralmente, uns chatos. Logo na segunda-feira, telefonam a perguntar pelo processo da empresa, da tia, da prima, da amiga, que quase não conhecem mas que é boa rapariga, para ver pá se isso se pode resolver ou andar mais depressa. “Claro que para amigos não há essas coisas, mas ficaria muito grato se desses um geitinho. Já agora, diz lá o que precisas, que os amigos são para isso mesmo!”.
Pois é, mastigamos a saliva, mordemos o cigarro e vem-nos à memória uma frase batida. Não que seja o primeiro dia do resto da nossa vida, como na canção do Sérgio Godinho, mas simplesmente porque com amigos como estes não precisamos de inimigos, como canta o Paulo de Carvalho.
São amigos assim que nos fazem duvidar da amizade, mas que, ao mesmo tempo, nos fazem acreditar nos nossos amigos. Os que não perguntam nada, porque pretendem apenas disfrutar da nossa companhia. Os que, mesmo perguntando, sabem entender o que pode e não pode ser facilitado com a amizade. Os que, mesmo pretendo perguntar, julgam melhor ficar calados para não pôr em causa a amizade. São amigos como estes que nos fazem sentir que temos importância apenas porque somos amigos deles. Apenas porque, mais do que a relação profissional, prevalece a nossa relação pessoal.
E é essa amizade pura, salutar, cúmplice, feita de pequenos nadas, mas cimentada em tudos, que nos leva a pensar que o Mundo, apesar de todos os males de que padece, ainda é um lugar onde se podem cultivar alguns valores básicos, que sustentam o homem e a vida em sociedade.
Assim sendo, que venham mais cinco, com a força do Zeca, trazidos pelo vento, pela mão do Alegre, mas todos despidos de preconceitos, de manias bestificantes, de sonhos de grandeza baratos, de retóricas pretensamente estimulantes, de subreptícias intenções e paleio gratuito. Que venham apenas como são. Feios ou bonitos, magros ou gordos, pobres ou ricos, mas autênticos. Apenas autênticos, tal como são.
Portanto, cuidado com as imitações. Tal como a mulher de César, não basta ser, mas tem, também, de parecer. Donde, se impõe a recomendação: evite as amizades mais dúbias, porque lhe podem ser fatais. Não alinhe em esquemas facilitistas, como jantares, boites e saunas com tudo pago. O prazer que possa experimentar, pode ser também o acender do rastilho da bomba detonadora que o fará cair em desgraça. Quem disse que esta história não tinha moral?
Ludovico Macau, 10.02.1999 |
Breves |
Exposição Quarteira |
28-02-2023 |
Muitos da minha geração olhávamos para Quarteira como uma antítese de Vilamoura. Uma das zonas mais degradadas e desfiguradas do Algarve, à mercê de construtores civis pouco escrupulosos. E era, de um modo geral, verdade. Até “túneis” na esquina ou a meio de prédios sem fim, denotavam a ganância que grassava nos “patos bravos” para quem o Ambiente era um papel grande com um projeto de arquitetura megalómano. E a Câmara Municipal de Loulé ia aprovando, aprovando, mesmo quase sobre as praias e o mar. Apesar de ainda hoje recair sobre Quarteira um olhar não avisado de destino de férias indesejável e reservado a gente inculta e sem dinheiro, quase tudo mudou. A Câmara Municipal de Loulé e a Junta de Freguesia local mudaram radicalmente a agora Cidade, não ainda a fama mas, pelo menos, a paisagem que a enquadra e as estruturas de apoio ao desporto, educação… O paredão que ladeia a Cidade junto do mar é uma marca. Nele pululam corredores, ciclistas, caminhantes, famílias inteiras em passeios quase obrigatórios e não só no Verão. |
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Mas o curioso, pelo menos para mim, é que imbuído dessas ideias pré-feitas, esqueci-me de indagar sobre a História de Quarteira. Talvez adivinhando essa lacuna dos visitantes, nasceu a exposição “Com os Pés na Terra e a Mãos no Mar – 6000 anos de História da Quarteira.”. É ali mesmo junto do Mercado, no Largo das Corte. Um espaço reduzido e sem pretensões, mas que alberga conteúdos fantásticos, com um gosto e estética excecionais, que nos “obrigam” a ver e a ler tudo, com o espanto de ignorantes e deixando-nos o sabor, por vezes de figo amargo, de até então termos desconhecido mais um dos tesouros históricos de Portugal. |
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Breves |
Mercados de Lisboa |
22-02-2023 |
Lisboa mudou. Só o trânsito continua a enervar o mais calmo, com sentidos sem sentido. Damos voltas e voltas para, muitas vezes, voltar ao mesmo lugar. Desesperante. Há zonas mesmo a evitar, porque nos faz crescer um sabor amargo e quase xenófobo do presente. Mas sabe bem sentir-nos na China, na Síria, no Brasil, no Nepal, observando um restaurante, sem entender o nome, mesmo ao lado de uma antiga loja portuguesa de venda tradicional. No caso andei pela Almirante Reis e Morais Soares, não de carro – que descansava destas andanças junto ao antigo edifício onde se tirava a “micro” para entrar na função pública, agora abandonado, entaipado por cimento, servindo na frente e lateral de parque de estacionamento -, mas a pé, engolindo em seco uma saudade repentina de por ali ter vivido uma boa parte da vida. Restaurantes de referência fechados, dando lugar a quase nada ou a quase ruínas. O quase nada são coisas de que não gosto, nem me apetece experimentar. No geral, um cinzento sujo toma conta da vista, como uma névoa que varre a memória e nos faz duvidar da realidade que ali calcorreamos, desde o Instituto Nacional de Estatística, Técnico e Fonte Luminosa, até ao Martim Moniz, vivendo próximo da Praça do Chile, com assento habitual no Café Niagara. Apesar de tudo, acho que, porque ainda não tenho a certeza, voltar ao Mercado de Arroios foi uma espécie de Oásis no meio de tudo isto, que já não sei muito bem o que é. Vivo, restaurado e limpo por dentro, rodeado de restaurantes e lojas, num largo voltado para o comércio, lava-nos os olhos do resto. |
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Avelino Rosa Odivelas, 22-02-2023 |
Tininha |
O Carnaval |
16-02-2023 |
A minha professora explicou-nos o que era o Carnaval, que antes se chamava entrudo. Para mim, é uma festa em que as pessoas se vestem do que gostavam se ser quando eram pequenas. Põem máscaras para que ninguém saiba quem são e assim podem pregar partidas uns aos outros, sem terem de se zangar. E ficam todos felizes por poderem, pelo menos uma vez no ano, serem diferentes do que fazem todos os dias. Como têm máscaras podem esguichar água e atirar coisas, porque como nenhuma pessoa sabe quem é a outra, não se podem zangar com ninguém. Nós fomos todos a uma festa no quartel dos Bombeiros Voluntários da Nazaré. Os carros estavam na rua, por isso a sala ficou muito grande e assim cabia muita gente. Eu fui de fada, com uma varinha de condão e um vestido muito comprido, que ficou cheio de confeitos e rasgado porque um menino pôs o pé em cima dele. A minha mãe vestiu-se de Zorro e o meu pai de namorada dele. A minha mãe levava uma capa e um chapéu pretos e uma espada de plástico. O meu pai pôs um vestido da minha mãe, que já era da minha avó, e um xaile negro. Também pôs uma peruca de cabelos compridos e pretos e pintou os lábios com o batom vermelho da minha mãe. Parecia mesmo uma mulher e a minha mãe parecia mesmo um homem. Eu é que fiquei um bocado confusa, porque trocava sempre os nomes quando chamava por eles. Toda a gente estava muito animada e andavam sempre a levantar-se para ir ao bar ou para dançar. Quando o meu pai ia buscar mais uma cerveja, o chefe dos Bombeiros agarrou nele para dançar. O meu pai não queria, mas a minha mãe disse para o chefe que não fazia mal e ele teve de dançar mesmo até ter pisado o pé do homem, que ficou agarrado ao sapato e caiu no chão. Então o meu pai ficou muito zangado com a minha mãe e ela deu-lhe com a espada. As pessoas bateram muitas palmas, porque pensavam que eles estavam a brincar, mas eu sei que não estavam. Foram-se logo embora e só falaram um com o outro no dia seguinte quando estavam a ver o Carnaval em Alcobaça. |
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O meu pai estava sempre a olhar para a Tiazinha, que devia estar com muito frio, coitadinha. Como os senhores de Alcobaça não deviam ter muito dinheiro, a senhora estava quase nua e por isso se mexia muito. O João Balão, que anda sempre a dar saltinhos, se fosse um cavalheiro tinha-lhe dado o casacão que levava, mas não deu e a senhora tinha de estar sempre a fazer ginástica para se aquecer. O meu pai disse que era muito bonita e que tinha uma linda bundinha. Eu não sei o que é, mas parece-me que é uma calcinha pequena, talvez da sobrinha da Tiazinha. Fiquei com muita pena da senhora, por não ter dinheiro nem para as calcinhas nem para o soutien. A minha mãe é que não teve pena nenhuma, porque disse ao meu pai que a bundinha dele devia ser mais bonita ainda, porque até o chefe dos Bombeiros tinha gostado. Quem não gostou da conversa foi o meu pai, que, muito zangado, outra vez, me mandou para o meu quarto porque queria ter uma conversa com a minha mãe. Eu fui, mas como sou esperta, fiquei com o ouvido encostado à porta e ouvi o meu pai e a minha mãe a gritarem muito zangados, mas depois não sei o que é que aconteceu. A minha mãe deve ter ficado magoada, porque gemia muito e o meu pai devia estar a bater-lhe, porque lhe perguntava se queria mais. Mas como a minha mãe gosta muito dele, dizia que sim, sim. O meu pai às vezes é mau, mas não entendo a minha mãe que parece gostar de apanhar. E depois foram os dois, muito felizes, buscar-me ao meu quarto e deram-me muitos beijinhos. Ainda bem que ainda sou criança, porque os adultos andam sempre a zangar-se e a fazer as pazes. Mas eu gosto muito dos meus pais, porque eles são muito bons para mim. Só não percebo é porque que é que o meu pai se fantasiou de mulher e a minha mãe de homem, nem porque se zangaram hoje por causa da bundinha da Tiazinha, uma coisa sem importância nenhuma. Lisboa, aos 6 de Março de 2000 Tininha |
Breves |
A Terra vai acabar... |
13-02-2023 |
Cientista russo afirmava, há alguns anos, que a Terra vai acabar em 16 de fevereiro. Apenas dois dias depois do Dia dos Namorados. Um corpo celeste escuro, não totalmente identificado, mas que podia ser um cometa ou asteroide com cerca de 1 km de diâmetro. Podia cair em qualquer parte do nosso Planeta, já bastante mal tratado. Se caisse numa zona habitável, adeus a milhões de pessoas num raio ainda não determinado. Se mergulhasse no mar, dará origem a um Tsunami que matará muitos outros milhões. Se no deserto ou nos polos, nada se dizia, mas supunha-se que espalharia incontáveis metros cúbicos de gelo e areia que dariam para bué de milhões de cubos para bebidas geladas e cimento para empreendimentos maiores do que os que por aí se constroem com ar de luxo e qualidade depressiva. |
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Portanto, havia que tratar da vidinha até lá. E, sobretudo, prolongar o Dia dos Namorados até à hora fatal. Para quem aguentar teria apenas uns breves segundos para gaguejar: “Sempre te amei… / O Mundo a acabar e tinha de ser logo contigo… / Nunca mais vou ter um orgasmo como este!”. Tivémos pena mas não haveria tempo para mais nada. Ia ser assim mesmo. Curto, com sorte indolor e a glória de virar poeira cósmica espalhada pelo Universo. À cautela, aconselhávamos a meterem férias, indo para os luagres com que sempre sonharam, até porque não teriam de pagar os gastos extra... Não se alarmem porque este tipo de notícias é recorrente. O relatado não aconteceu até agora. Aproveitem é para... O resto é com vocês. Divirtam-se e sejam felizes! |
Prosa |
Os Censores |
11-02-2023 |
Breves |
Recomeço |
07-02-2023 |
Vamos recomeçar a nossa atividade literária e de intervenção pública com esta página pessoal. Deixamos de lado algumas redes sociais - como o FACE BOOK -, mantendos em utras apenas referências a este site. A atualização prevista é semanal, concedendo que, por razões várias, possa se inferior ou um pouco mais longa, A principal razão será a da inspiração que, como sempre digo, depende muito da passagem da Musa por estes lados. Beijos e abraços a todos. |
Breves |
Ajustes e Namoro |
01-02-2023 |
Após um período de testes em que imperou a tecnologia, tivemos de nos render ao Windows 10, facto que nos obrigou a alguns ajustes e a interromper a as actualizações desta página durante algum tempo. Este é p primeiro "post" da nova era tecnológica, no dia 1 de Fevereiro, a caminho do dia dos namorados (14). Tratando-se de um dia especial (pelo menos é como o sinto), apelo a todos os leitores que me façam sugestões (doces ou amargas) para o "post" que irei colocar até ao dia 12 do corrente mês. Como todos já sabem, terão de enviar uma mensagem para "Contacto / Comentários" clicando do lado esquerdo do início da página (Menu). Fico à espera. Beijos e abraços.. Viva o Amor! |
Breves |
A "Obra" |
07-01-2023 |
Está na moda os políticos apresentarem “obra”. Não é novidade, dirão os mais distraídos. Pois não, se obra não estivesse entre parêntesis. É que agora não se trata de um eufemismo para significar as realizações mais ou menos mediáticas, traduzidas em contribuições diversas, mais ou menos significativas, para a sociedade, mas de construção civil, tal e qual, assim mesmo. Túneis, estradas, edifícios e todas as coisas que se vejam bem, de preferência ainda ao longe. Estas obras é que deviam ter parêntesis, mas a vida é assim, as palavras mudam ao sabor das circunstâncias. Que havia um forte lobby da construção civil já tínhamos ouvido falar, agora que os políticos comecem a ter apetência pela profissão de empreiteiro já me causa algum espanto. E chegam até a discutir o peso dos livros que publicam. Perante um de 20 gramas, o outro vangloria-se do quilo que publicara no ano anterior. As coisas estão assim. Os políticos digladiam-se agora pelo peso das suas obras (já nem vale a pena por parêntesis nisto). E assumem-se como empreiteiros de obras públicas. Quem constrói mais mais pesado fica na crista da onda, sobre a espuma do mar atormentado da cena política nacional. |
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É uma opção inteligente. Como do discurso habitual já nada se aproveita, há que ser original. Se é que isto tem alguma originalidade. Qualquer dia, por falta de espaço em superfície, vão ter de medir forças em altura. Já terão esventrado tudo por debaixo e enchido todos os terrenos do Estado. A aposta será, agora, ver quem é capaz de chegar mais acima. Não falta muito para recuperarem aquele projecto para a área da Lisnave. Mal recusado, diga-se. Se eu fosse primeiro-ministro tinha-o agarrado com unhas e dentes. Que falta de visão, meu Deus!...Instalava o meu gabinete e todo o meu staff no último andar, acima das nuvens. Num plano superior, intocável, qual deus do Olimpo, nunca teria de me preocupar com as reles questões dos mortais. Governaria, por inspiração divina, como um pai a quem compete velar pelos seus filhos longe de casa. Não sei é se os patos bravos voam a essa altitude... Ludovico, Lisboa, 22.01.2004 |
Breves |
Desejo que... |
19-12-2022 |
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Homenagem ao arquiteto ambientalista |
A entrevista do Primeiro-Ministro deixa muito a desejar. Razão tem Siza Vieira (com amigos assim, mais vale estar longe… do Governo). As cheias deixam muito a desejar. Ao cabo de tantos anos, dos avisos do saudoso Arquiteto Gonçalo Ribeiro Teles, tudo ficou na mesma. E, de novo, vêm à baila os túneis, que arrancam agora em 2023 se, entretanto, as cheias não os soterrarem. O que prova que não só de alterações climatéricas vive o Homem. Somos como toupeiras, temos raciocínio de toupeiras, há quem cheire mal e esteja enlameado como as toupeiras. O STOP está a ganhar aos Sindicatos tradicionais dos Profs. Salvo distração, sempre respeitei os sinais de trânsito, mas estes, em muitos casos, tem de ser ignorados, porque ninguém me pode obrigar a ficar imobilizado onde nem com periscópio horizontal se consegue ver o perigo ou porque são tão estúpidos como algumas pessoas que nasceram apenas para nos atazanar o juízo e boa disposição. E depois, há… ainda… Desculpem, mas já não tenho pachorra. Desejo que sejam todos muito felizes, pelo Natal e depois também, se sobrevirem a este ambiente, cada vez mais inverosímil e doentio. |
Breves |
Saúde e Ambiente |
12-12-2022 |
O “folhetim” dura há meses e, agora, parece estar a crescer como o frio e a chuva que, sendo de época, nunca deixam de surpreender pela sua brutalidade e consequências nalguns casos. Casos sabidos, identificados, sempre nos mesmos sítios, agora também justificados pelas alterações climatéricas. Certo é que estas, sendo reais, não podem mascarar a permanente ausência de ação das autoridades em compensar a impermeabilização do solo das Cidades, na mira do IMI que vai dar entrada nos cofres de cada Município. Anunciam-se medidas pomposas ambientais de sustentabilidade, autorizando a ocupação do espaço em sentido contrário. A hipocrisia ganha, cada vez mais, foros de psicose coletiva, ficando os gritos de alerta no patamar das soluções ineficazes e impraticáveis.
A Saúde é mesmo grave. Alguém disse que tinha sido o PS a criar o SNS e que o estava a matar aos poucos. Apesar da razão factual, gosto pouco de entrar em figurações partidárias e do oportunismo político. Mas é confrangedor ouvir as notícias quase diárias das urgências que fecham, durante horas ou dias, sobretudo para as mulheres grávidas, como se nascer deixasse de ser necessário ou um direito de quem quer, ainda, ter filhos. Que o Mundo está um pouco (ou muito) louco, é quase certo, em múltiplos aspetos. É o que vamos deixar aos nossos filhos e netos? Temo que sim, porque se multiplicam os exemplos de que a raça humana esgotou a sua humanidade, seja lá o que isso for. |
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Breves |
Os portugueses não compram livros |
06-12-2022 |
Porque também não compram nas Livrarias. Mas não é apenas isso. As compras eletrónicas de livros pela Internet são diminutas ainda e residuais quando se trata de Escritores não conhecidos – os que não beneficiaram de publicidade ou foram laureados com um Prémio. É como se não existissem. E não se compra a desconhecidos. Aliás, voltando ao princípio, quase não se compra nada e, muito menos livros. |
https://mundodelivros.com/livrarias-na-internet/ |
Na era da digitalização, objetivo que Portugal prossegue sem grandes resultados práticos, os portugueses continuam a ser dos povos do Ocidente que menos confia na Internet e, por isso, pouco compra online. Muito menos livros. É verdade que há situações de fraude, nas suas múltiplas vertentes, que afastam as pessoas das compras através de máquinas que lhe guardam o número do cartão de crédito. Mas o sistema é o mesmo quando se compra diretamente. O imaginário é que diferencia a desconfiança. Afinal, é, mais ou menos, a mesma coisa. A compra direta pode vir com defeito e ou não ser o que se esperava. Mas volta-se à loja, refila-se, e aí está o dinheiro de novo. Como o livro, que se vê, sente e cheira, mas sem devolução se não se gostar. Pela Internet gasta-se cinco minutos a comprar um livro que até vão levar a casa e que cheira e sente-se como o comprado na Livraria e, geralmente, até mais barato. É, sobretudo, um preconceito que esconde a falta de hábitos de leitura, que abona negativamente da cultura do nosso País. Paga-se umas boas dezenas de euros por um bilhete de Futebol, mas custa muito um livro de 15 ou 20 euros – o orçamento doméstico não aguenta devaneios. Enquanto assim for, bem pode pregar Frei João,,, |
Breves |
O Algoritmo |
01-12-2022 |
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Segundo a Wikipédia “é uma sequência finita de instruções bem definidas e não ambíguas, cada uma das quais devendo ser executadas mecânica ou eletronicamente em um intervalo de tempo finito e com uma quantidade de esforço finita”. Ora, ao que parece, o Facebook está a usar esta “receita” para mostrar a cada utilizador o que ele pode ver (partindo do pressuposto que é isso que ele quer). Se a programação já era curta, mais finita ficou, repetindo, vezes sem conta, os mesmos “posts” e apenas de alguns amigos, que são uma ínfima parte daqueles com quem mais se interage. Posto isto, e como já disse anteriormente, o Facebook ou está a preparar-nos para pagarmos a sua utilização ou está a condicionar-nos numa perspetiva de estupidificação. Mas, ao mesmo tempo, pouco inteligente e, mais do que nós, perde Mark Zuckerberg. |
Breves |
Os Ditadores de Hoje |
27-11-2022 |
Os ditadores de hoje são “rapazes” ricos. Inteligentes, também – conceda-se -, porque em jovens tiveram uma ideia brilhante e colocaram-na em prática. Hoje são multimilionários e, nalguns casos, elevam o ego até ao limite da estratosfera durante uns breves minutos de espanto, mais para eles do que para os restantes mortais que por cá ficam, por medo ou porque não têm meio milhão de dólares, pelo menos, para uma experiência invulgar: que encolhe e estica e chocalha o corpo e tudo o que ele tem e, ainda, os deixa dar uns saltinhos ridículos em gravidade zero. Os multimilionários, elevados ou não ao quase espaço, detêm cerca de 80% da riqueza global. Finanças, Manufatura e Tecnologia são três das áreas em que esses “rapazes” mais “espremeram” a globalidade, entendendo-se que a tecnologia abrange as Redes Sociais. Mesmo gratuitamente, a rede social tenta fazer a cabeça das pessoas, transmite ideias, exalta (sofisticadamente) comportamentos, reprime (sofisticadamente) os que saem da caixa padrão, condenando-os, sem direito a recurso. “Mata-os” em privado, de repente, sem despedida dos amigos que eles próprios fomentam, apresentando-os em sugestões contínuas. Ninguém soube de nada. O “amigo” apenas desapareceu – a cabeça feita ao longo de meses ou mesmo anos. O “condenado”, segundo eles, tem direito a defender-se. Bem pode tentar, identificando-se, pedindo a reapreciação da “pena”. De nada serve. “Chegámos à conclusão que não é elegível…”. E-mail de resposta que é replicado uma única vez e a partir daí, perante insistência, mais uma vez, deixando-se mesmo de se obter qualquer resposta. Isto é ditadura, prepotência, ausência de princípios e de valores. |
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(Internet, sem link ativo) |
Acho que a vida dos “servos” é analisada por computadores, dotados de inteligência artificial. Mas a contestação é do foro de gente, naturalmente dotada de cérebro. Desconfio é que este, à nascença, veio com uns neurónios a menos, sobretudo aqueles que são capazes de discernir o permitido do proibido. Se é essa gente que também modela a inteligência artificial das máquinas, o Mundo está mesmo perigoso e, pior ainda, sem podermos fugir para um canto qualquer onde não possamos estar recatados. Há Ditadores Políticos que se servem da tecnologia, por vezes desligando-a parcial ou totalmente. Os Ditadores Tecnológicos servem-se de todos e a todos. Incluindo os que pagam, mesmo parecendo que usam a rede gratuitamente. Valem ouro, no fundo, pelos seus dados, pelas suas preferências, recetores especializados dos anúncios bem dirigidos. Porém, alimento a esperança de saber que os seus lucros vão emagrecendo, que os “usuários” vão decrescendo… Espero o fim destes Ditadores, a erradicação dos seus processos pidescos e atentatórios dos elementares direitos que nos assistem. A bem da nossa privacidade e dignidade pessoal. |
Breves |
Vidas De Bruma |
04-05-2022 |
Um livro complexo, mas simples na linguagem (para todos), que nasce agora, mais uma vez através da AMAZON. Não sei se poderá ser o meu último romance, mas o meu entusiasmo dependerá, em muito, do bom acolhimento que possa ter junto dos leitores. O Vidas De Brumas está disponível não só na AMAZON, mas também por envio pelos CTT, sem mais custos do que o valor por que está à venda: 15,00 euros. Espero, sinceramente, que gostem deste romance e que lhe abra o apetite de viajar, especialmente para conhecerem os Açores e cada uma da Ilhas que compõem este Arquipélago. Beijos e Abraços. |
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Breves |
Sexta-feira, dia 13 |
13-04-2020 |
O Um começou a rodar, devagar, depois em aceleração crescente até assumir-se como um traço prolongado a meio do Três. Ninguém entendeu o porquê de um tal comportamento e muito menos a simbiose que descaracterizou o terceiro número universal da matemática. Num só, deixaram de ser qualquer outro. Nem número, nem símbolo, nem nada que se parecesse com alguma coisa. E, ao mesmo tempo, foram adotados por muitos que apoiavam essa realidade, mesmo descaracterizada e contrariando a lógica científica e social. O Um entrado num Três - diziam alguns. Um Três acrescentado por um Um – afirmavam outros. Nenhum em depreciação, mas apenas deslumbrados com a singularidade. E com a aceitação de uma tão profunda e fantástica diferença. Mas, os mais entusiastas exaltavam a interiorização de dois números que, sendo diferentes, se complementavam – em sintonia e êxtase perfeitos -, para além das sextas-feiras. |
Breves |
O comércio eletrónico de livros |
26-10-2019 |
Já vamos, entrados e a passos largos, na era digital, estádio e dogma para o comércio eletrónico e relações institucionais e nas redes sociais. A velocidade e segurança do 4G, já em transição para o 5G, cimenta cada toque no computador, “tablet” ou no telemóvel e vai oferecendo cada vez maiores oportunidades (“apps”) de uso aos “devices” informáticos. A tal ponto que, com um telefone inteligente nas mãos, “dominamos” o Mundo.
Mas isso não é inteiramente verdade. A globalização só se revela parcialmente como uniformizadora e potenciadora da evolução tecnológica do Planeta – já que só nesta área se pode medir, ficando de fora toda a escória política, sobretudo a da guerra, que massacra com propósitos sempre obscuros (ou pretensamente justificáveis) e, em particular o “upgrade” da mente e comportamentos (a mudança de mentalidades).
A cultura de cada povo, apesar do incisivo e intricado assédio dos Média – também, geralmente, obediente a propósitos de marketing de grandes grupos -, condiciona uma resposta proporcional a este mundo novo, que pretende seduzir todos, mais eficazmente os jovens. Porque a tecnologia mudou mais depressa do que as mentalidades e estas nem sempre “beneficiam” do “upgrade”.
E não tem sido sempre assim? Foi, mas nunca tão depressa (e cada vez mais rápido). A evolução e o poder de transformar o acesso aos meios que todos têm de usar, mesmo as pessoas com menores recursos e parca instrução, é discriminatória, como se houvesse várias velocidades, para jovens e velhos ainda com capacidade adaptativa ou de País para País. Colateralmente, vão proliferando pequenos negócios de intermediação, como se os cidadãos infoexcluídos necessitassem de tutor, por incapacidade física e mental.
Porque o ser global, tal como muitos outros assuntos de cidadania, não se aprende nas escolas. E a “Grande Informação” é parca, concisa e precisa. Falar vagamente do “PC Quântico” e, sobretudo, que resolve um problema que levaria 10.000 anos em 3 minutos e meio, não aquece nem arrefece quem necessita do “Pc” para escrever e comunicar nas Redes Sociais. Ficam de fora as múltiplas capacidades, algumas ainda desconhecidas, que vão revolucionar as nossas vidas e as Sociedades.
E, apesar de tudo isto, as pessoas continuam a pautar os seus comportamentos ignorando as descobertas e aplicações da já Era Digital, fingindo, geralmente, uma preocupação, por vezes exasperante, com as mudanças climáticas, descurando que tudo está interligado e que o digital é indispensável para a sustentabilidade humana, desde a educação aos negócios, passando pela educação.
É verdade que, em Portugal, muita gente já tem conta eletrónica no seu Banco, que gere do seu telemóvel ou “Pc”. Mas são ainda poucos os que fazem as suas compras pela Internet e menos ainda os que compram livros por este meio. Claro que vem sempre ao de cima as velhas máximas: “Entrar numa Livraria não é o mesmo que visitar a AMAZON” ou outra plataforma qualquer; “o livro tem de ter cheiro e tato, deve-se senti-lo e vê-lo”. Tudo verdade. Mas a realidade está aí. Grandes empresas Multinacionais vendem mesmo o livro físico, igual aos que se podem encontrar nas Livrarias. Com a vantagem de que podem ser encomendados pela Internet, tal como marcar uma viagem ou comprar um bilhete de avião, e são recebidos em casa.
Claro que a tecnologia não deve nem pode confinar os cidadãos aos seus domicílios, afastando-os dos espaços públicos, recreativos, culturais, de simples fruição ou convívio. Mas pode e deve ser utilizada como meio complementar que, ao modo de cada um, possa melhorar a sua qualidade de vida. |
Poesia |
Lisboa à chuva |
31-03-2019 |
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Breves |
Moçambique |
20-03-2019 |
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Comentários |
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26-01-2019 |
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Breves |
Viandante |
16-09-2018 |
Certo dia um viandante, vindo do fundo do nada – alma esvaziada, corpo cansado -, sentou-se num largo toco de árvore recentemente cortada. Esverdeado de pele, escamada, vertia gotículas mornas, se um suor pegajoso e persistente. O ar rasgava-lhe as narinas, pesando-lhe nos pulmões. Os lábios, carnudos e gretados, entreabriram-se deixando transparecer um sorriso triste e derrotado. O inimigo vencera-o. Por lhe ter aberto o peito, lancetando-o, vezes sem conta, de surpresas e espantos. Ele apenas tinha sido mais persistente. Há seres assim. Uns que existem para viver a vida dos outros, alimentando-se da sua satisfação e prazer de viver. E há também os que gostam de viver, de sentir, de entranhar-se em cada pedaço, em cada bocado da felicidade efémera, mas que somados fazem a vida inteira, que cola ao corpo e cujo cheiro não despega. O viandante deitou-se sobre o círculo nodoso do trono de árvore. As suas vestes e, depois, o seu corpo foram-se dissolvendo por entre os veios e ranhuras da madeira, desaparecendo como seiva ou, simplesmente, como um resto de nada. E enquanto se aninhava nas raízes e na terra-mãe, sorria. Começara o novo ciclo da vida – o da árvore e da sua reencarnação. |
Breves |
Aos 65 anos... |
17-06-2018 |
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Aos 65 anos não me sinto mais sabedor da vida e, muito menos, realizado. Devo ter perdido os momentos inebriantes e descurado os segredos que trazem a felicidade “translúcida” e a riqueza material, que moldam o sorriso, palavroso e redundante, e o corpo numa roupagem de marca e barriguinha de cerveja. Apenas naveguei no tempo, de peito aberto ao vento, e deixei-me aportar aos portos que me acolheram sem perguntas. Só porque era eu mesmo. E, confesso, deslumbrei-me com isso. Por mais disfuncional e estúpido que possa parecer, admito que me senti sempre confortado. Com a naturalidade dos “picarotos” feitos de mar e lava. É o que sou!
Avelino Rosa Odivelas, 17-06-2018 |
Prosa |
A Internet das Coisas 01/02/03/04/05 |
14-04-2018 |
Poesia |
Não Sei do Amor |
19-03-2018 |
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Poesia |
Não tenho medo Orquídea |
09-03-2018 |
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Poesia |
Dos meus olhos a tua cor |
25-02-2018 |
Agenda cultural |
Atualização |
13-01-2018 |
A Agenda Cultural foi integralmente atualizada, permitindo uma cobertura nacional, tão ampla quanto possível. Recordamos que a Agenda está organizada por Distritos e Municípios (a maioria dos disponíveis na WEB), refletindo as atividades locais, mas também os eventos por regiões e a nível nacional, neste caso através das Agendas Regionais e Nacionais, bastante abrangentes. Pode colaborar enviando-nos links de câmaras municipais ou de agendas culturais não inseridas nesta página, através do email avelinorosa50@gmailcom. Esta Agenda é, que saibamos, a que tem uma mais ampla cobertura do País e, com a sua ajuda, podemos torná-la ainda melhor. |
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Poesia |
Cabelos flamejantes Palavra engaiolada O nó Sempre apeteces Fado choradinho |
08-12-2017 |
Prosa |
Nuvem passageira |
08-07-2017 |
Este conto, que partilho convosco, tem de ser lido sob as palavras. Retrata algo já velho, mas sempre atual. A ambição desmedida, sobretudo dos que partem do nada. O arrependimento tardio não redime, apenas faz constatar que o percurso de vida, além de inútil, foi fatal para os concidadãos. Hoje, mais do que nunca, cada um tem de (re)pensar o seu papel neste Mundo que é de todos nós. |
Publicações |
Ana Ribeiro |
08-07-2017 |
Faz uma apreciação sobre o meu livro "Nas Asas da Net". Um trabalho que muito me apraz registar. Obrigado amiga Ana Ribeiro. Quem sabe se um dia não haverá outro romance com esta temática que, parecendo simples, é muito complexa e exige grande exposição de nós próprios. Porque muitos leitores não acreditam que o escritor tem uma imaginação ilimitada. |
Breves |
Miguel Rosa |
05-07-2017 |
A viver em Inglaterra, desde 2013, na Cidade onde nasceu William Shakespeare (Stratford-upon-Avon), o Miguel Rosa, que vai fazer em breve 9 anos, parece ter uma apetência especial para a escrita e, em particular, pela poesia. Não lhe posso ensinar nada, mesmo reivindicando o estatuto de avô. Apenas senti-me imensamente orgulhoso quando conheci estes poemas. E fico à espera de mais, sem pressões nem exigências. Não se escreve apenas porque se quer, mas porque é um acto que faz parte de nós e nos toma, ora de assalto ora na languidez. Como costumo dizer, são os dedos inquietos e irrequietos que povoam as folhas brancas a mando de algo que nos transcende. Força Miguel! |
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Breves |
Dimensão GECHYVAC - IV |
01-07-2017 |
A água comprimida dos jatos massajava, criando e ampliando sensações. YNARA olhava para mim, lânguida e sedutora. Descobri, de repente, que os olhos dela esverdearam, a sua língua bifurcou e a pele começou a cobrir-se de escamas. Ainda pensei que o vapor de água distorcia a imagem de uma serpente, mas não. Tentei abandonar o Jacuzzi em vão. YNARA enrolou-se em mim em múltiplos abraços… Exausto da refrega, gritei para dentro de mim. O grito acordou um ser transfigurado, sentido o corpo e a cama molhados. Sonhara ou voltara à minha Dimensão depois de um dia anormalmente quente, sob o enigmático Sol do Algarve? |
Breves |
Dimensão GECHYVAC - III |
26-06-2017 |
Que faria com YNARA assim reduzida a um ser minúsculo, apenas com a cabeça de fora da algibeira e uns olhos esbugalhados fixos no nada? Esfreguei-a com uma mistela anticongelante. Depois coloquei-a no Jacuzzi, enquanto tomava um café para aquecer. O ar lá fora estava gélido, com um vento cortante e inibidor. Uma neblina cor de laranja tornava a paisagem fantasmagórica. Fantasma tinha eu à minha frente. YNARA voltara à normalidade, reclamando um gin tónico, com aqueles olhos e lábios carnudos sensuais, e a minha presença junto dela. (- Pensa rápido! – disse comigo mesmo, mas nada.) Que hei de fazer para voltar ao meu Mundo? Aceitam-se sugestões no Facebook. Vá lá, ponha a imaginação à prova! |
Breves |
Dimensão GECHYVAC - II |
24-06-2017 |
YNARA, a Estrela, vibrou tanto que começou a adelgaçar a olhos vistos. Uma poça de gordura encheu o círculo onde nos encontrávamos. Caí, escorregando no líquido azul esbranquiçado, passando entre as pernas de leggins disformes e projetado para fora do espaço da diversão virtual. Aqui, já não havia som do espetáculo, apenas os zumbidos dos zuberdrives que, num frenesim, transportavam clientes pelo ar, em todas as direções. Uma vozinha, fraca e distante, pontapeou-me uma canela. Olhei para baixo e descortinei Estrela, pequenina e empalidecida. Agarrei-a e metia-a no bolso esquerdo do blusão azul, tomando um táxi aéreo. |
Breves |
Dimensão GECHYVAC - I |
22-06-2017 |
Continuo na dimensão GECHYVAC. Afinal, é quase igual à nossa e já começo a sentir-me maçado. Fico mesmo irritado (interiormente) por não poder voltar já. É que tenho alguns compromissos, entretanto assumidos, como o de acompanhar uma estrela a um espetáculo megaTECNO, onde temos de ouvir o som apenas através das vibrações. Forma de proteção dos tímpanos, mas também de desencadear outros fenómenos invulgares, só possíveis com o corpo vibrando como um diapasão, dando lugar a experiências sem tabus. E não digo mais, imaginem… |
Poesia |
O "Coice" da "Mula" |
31-03-2017 |
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Poesia |
Não é desta ainda Não sei se é adeus Querer e sonhar Relicário O lado negro dos teus olhos |
27-03-2017 |
Prosa |
O Viandante |
27-03-2017 |
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BOAS FESTAS |
Ótimo Natal e melhor Ano Novo |
18-12-2016 |
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Poesia |
O cigarro e o uísque |
04-12-2016 |
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Poesia |
Infinito Intervalo |
03-12-2016 |
Poesia |
O cigarro e o uísque |
01-12-2016 |
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Poesia |
Tão perto e longe |
01-11-2016 |
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Poesia |
Rima da Vida Beijo pesadelo Vou depressa, vou embora |
09-10-2016 |
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Poesia |
Não sei que dirão de mim |
08-10-2016 |
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Poesia |
Quando morremos |
03-10-2016 |
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Quando morremos morremos mesmo frios, impávidos, esbranquiçados de olhos fechados, serenos - é assim que nos vêm direitinhos e aconchegados no caixão mais ou menos elaborado
Morremos tal e qual assim mesmo, finados, sem mais - se uns ainda suspiram uns ais outros, cumprindo calendário, riem ao fundo, sob o fumo do cigarro em conversas triviais e de reencontro que faria morrer de novo o defunto
Morremos e pronto - e ainda bem que partimos sem destino há que descansar de todo este desatino.
Avelino Rosa Odivelas, 03-10-2016 |
A utopia do futuro |
01-10-2016 |
Estudar as novas tecnologias aplicadas ao quotidiano. A pele da Terra (internet das pessoas, das coisas e dos dados). A comunicação global. A perda de postos de trabalho resultante da tecnologia (já Karl Marx…). A revolta por falta de objetivos e de emprego. A descrença. O neoliberalismo selvagem…
Pode-se estudar isto? Sim, mas… A realidade ultrapassa, com frequência, muitos projetos de investigação. O futuro não é já uma evolução mais ou menos de variação contínua, mas uma sucessão de saltos atípicos e sem sustentação global, com uma fundada suspeita de controlo financeiro. As máquinas da primeira revolução industrial são arqueologia de uma quarta revolução – a digital ou 4.0 -, a que se seguirá a quântica, com contornos inquietantes. |
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A engenharia financeira – há muito conhecida -, tem vindo a aproveitar o desenvolvimento tecnológico para refinar o prolongamento de um paradigma autofágico: o não crescimento exponencial dos bens produzidos e ou do valor acrescentado – pela ausência de recursos de ponta suficientes e cada vez mais apropriados por uma minoria de países -, aliados a um reduzido desenvolvimento do poder de compra da esmagadora maioria da população – mesmo nos países mais desenvolvidos, mas sobretudo nos cada vez mais endividados ou em guerra, porque esta tem de manter-se como corolário de um Mundo que, vivendo em tensão e desequilíbrios, precisa de escapes.
O liberalismo selvagem é autofágico. Cria a necessidade de consumo. E tenta consumir tudo de cada um. A proporção dos mais ricos face aos remediados e pobres é pornográfica. Ao consumir sem sustentabilidade, este liberalismo consume-se a si próprio. A falência de bancos e empresas retira ainda mais rendimento a cada cidadão porque o Estado e as instituições supranacionais dizem ter de evitar o colapso do sistema financeiro obrigando cada pessoa a ser uma espécie de réu substituto (com sentença transitada em julgado) de quem é efetivamente culpado, embora detenha capital salvaguardado em paraísos fiscais.
O Mundo começa a estar perigoso. Sem ideologias, sem consciência social e política, os resultados começam a sentir-se. Só não vê quem não quer ou não enxerga. Não vai haver uma revolução, mas o que já se está a passar é um alerta do muito mais que se vai seguir. - Várias panelas de pressão que ameaçam explodir.
Avelino Rosa Odivelas, 01-10-2016 |
Poesia |
Prece |
18-09-2016 |
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Poesia |
Decadente |
15-08-2016 |
Poesia |
Quando eu morrer |
12-07-2016 |
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Arruda dos Vinhos |
18-07-2016 |
Neste dia de calor, quase extremo, cumpri a promessa de ir almoçar com D. Sancho I e algumas bruxas, em Arruda dos Vinhos. Ele, apesar da idade e de uma ou outra imperfeição do corpo, continua quase na mesma, sisudo e ensimesmado, remoendo as suas poesias e retorcendo a barba emaranhada. Mas o almoço, na taberna da Ti´Amélia ia azedando quando o tratei por “ó Martinho!”… Não fora a pronta ajuda e o gritinho sibilante da bruxa Ana Lérias e ainda teria provado uma espadeirada enferrujada. Eu, que não tenho a vacina do tétano em dia… |
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Esquisita ou em resultado do bom vinho emborcado, a Ana Lérias, com aquele olhar encovado e penetrante segredou-me ao ouvido que queria… Tendo eu retorquido que tinha de ir logo de seguida para Odivelas, mas que podia voltar noutro dia… E aí está porque não se pode dizer “não” a uma mulher. Logo rogou uma praga que mal entendi. A verdade é que me infetou o pc com um vídeo porno e levei o resto do dia a remover o vírus e a recuperar as amizades do Facebook. Mais valia ter continuado em Arruda dos Vinhos, bebendo e comendo melhor…
Avelino Rosa, Odivelas, 16/18-07-2016 |
Poesia |
Só |
21-06-2016 |
A minha terra é o Mar |
04-06-2016 |
A minha verdadeira terra é o mar. O mar dos Açores. Proibido de me aproximar, esqueci. O chamamento era mais forte. E ele acolheu o menino rebelde, protegendo-o na irreverência e insensatez. Algumas advertências foram, por vezes, severas. Merecia-as. Mas perdoou-me, enquanto outros pagaram com a vida. Sempre pensei no meu mar mais como um refúgio do que um escape ou a fuga para além do horizonte. As lapas e os polvos foram. talvez. mais um pretexto do que necessidade. As “lavadias” da Alagoa eram mesmo um desafio. Geralmente conjunto. De bravos e inconscientes “guerreiros” em plena afirmação. Loucos! – diziam uns quantos, não sem uma ponta de reconhecimento da nossa ousadia e coragem, que eles não tinham. |
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É por isso que não temo o mar. Apenas aprendi a respeitar e a entender as suas fúrias repentinas e zangas duradouras. Somos iguais. E voltaria a viver naquele doce embalo da corrente sinuosa das ondas, ora indo ora vindo por entre as rochas submersas. É mais perigosa a vida cá fora, num mundo cada vez mais estranhamente indiferente a tresloucados desabitados de razões e valores. O meu mar é mais sereno e ronrona aos fins das tardes de verão.
Avelino Rosa Odivelas, 04-06-2016 |
Poesia |
Marinheiro |
03-06-2016 |
Poesia |
Já não me amas |
01-06-2016 |
Fui e voltei... |
Agora ELA, a Gó... |
13-05-2016 |
Há dois dias, faleceu uma grande amiga, com cancro, num espaço de tempo de pouco mais de duas semanas, Inesperada a sua morte, galopante a doença que nos privou da sua irrequietude, alegria e vontade de viver. Com ela, o convívio era uma festa, sã e saborosa, que nos contagiava a todos. Grato pelos bons momentos, deixo-lhe a minha homenagem, abraçando o marido e filha, família de sempre. E este sofrimento fez-me lembrar que, em janeiro de 2012, já internado na Unidade de Cuidados Intensivos da CUF, à espera de ser operado ao coração, pedi o meu bloco de notas e escrevi os textos abaixo. Já mais para o "lado de lá", confuso mas sereno, acreditei que atravessaria as paredes do Hospital e renasceria, E assim foi. A Goreti não consegui, mas ficará na minha (nossa) memória para sempre. Tal como era. Até Sempre Gó! |
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(Escrita quase indecifrável, quando aguardava operação ao coração, no Hospital da CUF / Infante Santo, que ocorreu a 12 de Janeiro) O cenário sempre mudando, aos lados e à frente, colocado numa simples rua industrial ou em alto mar. O que deveria ser (e é) um Hospital, mesmo nessa condição, parece mais um lobby de hotel ou, o cockpit de um navio, cada manhã. Não importa o que seja, o que até pode parecer, simplesmente imaginando. Quero apenas saber o que me envolve, em que me envolvem estas sombras estranhas. Porque muda tudo à volta, porque me surpreendem quase constantemente. Mas, afinal, não me parecem premonitoras de mudanças drásticas. Apenas experimentando-me e configurando caminhos. Moldando a mim e eu a elas. Deve ser como quero renascer amanhã!
11-01-2012 O acordar de hoje foi ainda mais de encontro aos anteriores. Pronunciando um estilo campestre de mobiliário, que já não só mantém a função de UCI mas a prolonga num comércio geral de mobiliário e decoração. A “loja” está cheia, a abarrotar de todo o tipo de utensílios, cedendo um pouco à técnica e medicina na área mais marcante da UCI. O enfermeiro João no seu lugar de sempre, agora com roupa mais ar anos 50, continuando a olhar para o seu monitor, quase imutável. Não sei se quero levantar da maca/cama. Cada vez que fecho os olhos e os volto a abrir há uma mudança quase impercetível que se vai pronunciando, com ou sem reversão, como se pudessem ser seguidos a caminhar e dependessem de mim que isso acontecesse. Não sei como. O enfermeiro João está impenetrável. Só agora dou conta que consigo sair de onde estou. É como se me materializasse algures num outro espaço, meramente imaginário claro. Não compro nada, não mudo nada, posso observar apenas, distribuindo e recebendo olhares, indecifráveis. 12-01-2012 |
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Do outro lado da vida
Estive do outro lado da vida, tranquilo, como quem está pronto e expectante… Ouvia apenas os anjos em azáfama: “Está a ir…. Preparar DAE… Esperem… pode ser a Amiodarona… Está a reagir!” E eu não fui. Teimoso, como sou, fiquei. “Quando lembro e o vejo agora assim…” E rimos, eu remoçado, ela feita anjo feliz.
A vida é assim, presa por um fio - só mãos delicadas e experientes o conseguem manipular sem partir. Avelino Rosa Odivelas, 02-08-2014 (Escrito 2 anos após a operação, em homenagem aos meus médicos da CUF Infante Santo) |
Publicações |
Agora pode fazer download gratuito de alguns textos e ler, comodamente, em papel ou no seu pc, telemóvel, tablet, etc.. |
02-05-2016 |
Poesia |
Palavras circunstanciais |
29-04-2016 |
Poesia |
Tapete de Arraiolos |
09-04-2016 |
Sol ou Chuva |
01-04-2016 |
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… tanto faz! Esconder o Sol-Lua ou o seu contrário, ensombrando a sua luz é esmorecer a vida, parando-a como os ponteiros de um relógio sem corda…
O cinzento padronizado mata a estética. E anula a luz, logo a cor. Corre, pardo, sob um manto de vulgaridade, por vezes singular. Vingadoras, as tormentas desabam, lavam e escavam percursos sinuosos mas também redentores. Só sei de cinzas. As que vi formarem-se e estender-se, vomitadas do interior da Terra, em labaredas e tremores. Como um parto ensanguentado sem futuro. Acabando em areia escaldante, depois morna e obedecendo à natureza amansada. Como o fim de todas as tempestades. O cinzento está em nós. Mordaça da esperança, reprimindo os gritos que nos apetece soltar. E ficamos assim. Peças de um museu de marionetes. Pulsando ao som pardo, que tolhe e inquieta. Manietados ou animados por dedos hábeis e ávidos. De poder?! Não. Apenas de uma “coisa” qualquer.
Avelino Rosa Odivelas, 01/04/2016 |
Poesia |
Já não choro |
27-03-2016 |
Poesia |
Sou mineiro (Cante alentejano) |
22-03-2016 |
Encher Chouriços |
19-03-2016 |
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Diz-se quando nada se acrescenta, alimentando o discurso ou conversa apenas para fazer (encher) tempo. Por exemplo num programa de televisão, enquanto se espera por um evento importante que, por qualquer motivo, se atrasa.
Sendo compreensível em momentos de direto, já não se entende que se aplique o mesmo princípio e verborreia a comentários a factos reais, recém-acontecidos ou mesmo já longínquos no tempo de televisão. Uns quantos profissionais do palavreado são chamados a discorrer sobre tudo e nada, sobretudo sobre o que não sabem e até do que nunca ouviram falar. E levam eternidades, até serem interrompidos para dar a vez a outro ou porque está na hora de acabar o programa, aliás com o timing já ultrapassado.
Senhores das Estações de Televisão: - Deixo aqui, publicamente, a minha disponibilidade para encher chouriços, naturalmente com as mesmas condições dos outros comentadores, prometendo que nada direi que vos possa comprometer e até acrescentado um pouco mais de conhecimento e cultura à vulgaridade a que nos vêm habituando. Um aviso, porém: quero mesmo o recibozinho com o número de contribuinte, não só porque entendo ser meu dever pagar os impostos mas também porque não quero comprar nenhuma guerra, perdida, com as Finanças.
Não envio curriculum vitae, porque julgo que este texto prova, cabalmente, as minhas habilitações para a função pretendida. Cumprimentos melhores.
Avelino Rosa Vilamoura, 19-03-2016 |
Poesia |
Ontem morri |
17-03-2016 |
Poesia |
Flor de lava |
12-03-2016 |
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Prosa |
O mistério da vida |
12-03-2016 |
Prosa |
Ai Zazus! |
28-02-2016 |
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Dia dos Namorados |
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14-02-2016 |
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O Zé Lambreta fez um poema à sua amada que, mais ou menos coisa, rezava assim: “Minha querida amada Depois da tua ausência amargurada, Só a inclemência de nada acontecer E virei errante e distante sem a tua presencia. Tá bom de ver que nenhuma faz esmola, Só a vizinha do lado me consola, Quando o marido sai para os estrangeiros, Conduzindo o camião dias e dias inteiros. Volta depressa antes que me aconteça ficar preso, Dessa ou outra mulher que me apeteça ou ficar teso Da reforma que inda me hão de pagar, Se o governo não a adiar ou mesmo não a dar.” – Do teu Zé, mui necessitado. Obrigado!
O Zacarias, igualmente bom malandro, mas mais finório, não fazia versos e muito menos rimas, apostava numas faladuras mais elaboradas, num tom baixo e monocórdico, derretendo as palavras e os gestos como mel aquecido num lume de paixão repentina, como aquele que se incendia, no recipiente de barro com álcool, para assar um chouriço. E levava-as à certa se, por acaso, gostassem de um bom tinto, não importava donde, porquê já o gosto havia sido induzido pela lábia do Zacarias.
Depois havia o poeta, que falava de si e dos seus versos quase célebres – faltava-lhe apenas a devida projeção. Com maneiras, doçura e fingimento, varria de lindos lugares comuns a mente delas, como um vento que aquecia todo o corpo, num tolhimento tolo e acelerado.
E havia mais. Muitos mais…. que, no fundo, queriam apenas namorar, sentir-se amados, não importa se por umas horas, dias ou sem limites temporais. Gente que precisa de alguém, que simplesmente quer viver a vida com os melhores ingredientes que ela proporciona. Não importa se namora o Zé Lambreta, o Zacarias ou outro qualquer… apenas que você, mulher, se sinta feliz com ele. E ele consigo, sem machismos, sem preconceitos. Que o amor é cego e a paixão serve-se nua, com sabor a morangos silvestres e ao som trovejante dos tambores.
Um ótimo Dia dos Namorados! Avelino Rosa Odivelas, 07-02-2016 |
Poesia |
O nosso ritmo |
14-02-2016 |
Vídeo Clips |
12-02-2016 |
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Vamos abrir um novo tema - Vídeo Clips -, ainda em fase experimental. Vamos publicar no YouTube uma série de "clips" de imagens nossas, algumas muito antigas (digitalizadas de VHS) e outras, mais recentes, já em HD. Esteja atento(a) e, de certeza, algumas dessas imagens vão ser uma surpresa. Para já, clique na opção Video Clips (do lado esquerdo) para ver um pouco do Carnaval de Loures 2016. (Ignore a mensagem do final da página se usar o Internet Explorer) |
Links e Agenda Cultural |
07-02-2016 |
Reformulámos as Ligações (Links - opção do lado esquerdo) de modo a albergar todo o tipo de páginas - sites (sítios), blogs, com exclusão do Facebook -, institucionais, pessoais e outros. Pedimos a todos os amigos que nos enviem um ícone e endereço de outras páginas pessoais ou dos Países da Comunidade Lusófona - neste caso, que representem grupos alargados na área da literatura (prosa, poesia ensaio...) -,para poderemos enriquecer este projeto que pretende estar ao serviço de todos. Do mesmo modo, gostaríamos de colocar na Agenda Cultural (opção também do lado esquerdo), os sites (sítios) ou portais mais representativos dos eventos culturais de cada País da Comunidade Lusófona. Aqui fica o desafio e o mesmo pedido de um ícone e endereço eletrónico. Saudações lusófonas e votos de um ótimo Carnaval, sobretudo aos amigos brasileiros :) |
Um milhão de acessos |
23-01-2016 |
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Os Sabujos |
11-01-2016 |
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Os Sabujos tem as patas da frente fracas. Sucumbem facilmente a latidos mais altos que o seu ganido agudo e irritante. O olhar pardo e ausente, incerto e mesmo fugidio, fá-los recuar ao início do dia, quando se olham ao espelho – ainda atordoados e com as ramelas cristalizadas -, numa patética ambivalência de narcisistas e de salvadores do pequenino mundo que os rodeia. Os Sabujos humilham quem tem de conviver com eles, por azar do destino ou necessidade de sobrevivência. Mas bajulam quem neles manda, com salamaleques, exibicionismos, frases feitas de vazio, de feitos dos outros, de incultura e iliteracia. Os Sabujos acabam sempre mal. Enrodilhados, mordendo o próprio rabo, dando voltas e voltas para voltar ao mesmo. À estupidez de sempre. |
Conversas de Café 03 |
31-12-2015 |
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A poucas horas do final de mais um ano. Ainda não penso nos que poderão faltar. Mais por inércia ou mesmo convicção? Devo julgar que, passadas algumas tormentas, o caminho segue, sinuoso como sempre, mas com terra batida e asfalto para andar. A idade física e a mental – a acreditar nos testes que vão aparecendo no FaceBook – levam-me a muitos anos atrás. Sorrio, sentido que as meras fórmulas informáticas irrealistas, traduzem ainda o que sinto e de que sou capaz. Não penso no final inexorável do ciclo, apenas no que farei, intensamente, até um dia - não importa quando. Na mesa ao lado da minha – onde despacho, com sofreguidão, um cozido à portuguesa -, um casal de “velhotes” esgrime desavenças do dia. Queixa-se ela de que ele pouco lhe liga e não... Responde ele, pesaroso, acusando o comprimido de não ter funcionado, de possível falsificação, da nenhuma fiscalização dos Serviços de Saúde, da armadilha que possivelmente lhe montaram e a que ela não deve ser alheia – desconfia mesmo da troca do medicamento por um placebo. Porque o que ela pretende é a herança dele para se divertir com um mais novo e… Uma “guerra” que só se apaziguou com os olhares reprovadores dos clientes e do empregado de mesa. Foi ai que, acabado o cozido, dispensei a sobremesa e pedi um café com cheirinho. Há coisas que ainda só de cheirar me arrepiam… e… (Entendam o que quiserem, tinha mesmo de escrever um texto antes de acabar o ano – lol). |
Agenda Cultural |
Revista e atualizada |
27-12-2015 |
A Agenda Cultural foi totalmente revista e atualizada, contendo agora, designadamente, alguns links para o Facebook. Sendo uma das opções mais usadas desta Página, pede-se a todos que nos façam chegar sugestões e ou correções que a possam enriquecer e servir melhor os utentes, através da opção Mensagens. |
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Gambozinos |
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26-12-2015 |
Parti, ao anoitecer, de lanterna e saco nas mãos, pela floresta adentro. À procura de Gambozinos. Ouvi as vozes dos bichos noturnos. Nos intervalos, o silêncio cortante, o ensurdecedor estalar de arbustos sob as botas enlameadas. As horas iam passando. Em cada buraco abria o saco e esperava pacientemente. Até que a paciência virava impaciência e angústia. E a vontade era renovada em mais uma tentativa. Prometida pelo pio arrepiante de uma coruja, pelo uivo aterrorizador de um lobo perdido da alcateia. Finalmente, já pouco faltava para o amanhecer. Um pequeno ser de cabeça gigante e corpo minúsculo, saltou para o saco. Mais à frente, outro de corpo e cabeça equilibrados, mas sem pernas. E, logo a seguir, mais um, inteiro mas quase sem cabeça. O sim, o talvez e o não, pensei. Nem sei a propósito de quê. Não deve ser fácil apanhar três Gambozinos numa só noite. Com um foco de luz, por vezes fantasmagórico, de uma lanterna elétrica.
Chegado à cabana de troncos e hera entrelaçada de onde partira - já o lusco-fusco da noite-dia se fazia adivinhar -, despejei, delicadamente, o saco sobre a única mesa ali existente. Os Gambozinos saíram, alinhando-se pela ordem de captura. Interroguei-os, com curiosidade e a má disposição de uma noite não dormida. Pior disposição a deles, mal-encarados, carrancudos, de lábios cerrados, silenciosos e inexpressivos. Conjeturei factos e cenários, construi teorias, mas cheguei apenas a uma conclusão: se aqueles seres existissem só podiam ser, pela ordem de captura e apresentação, cientista, banqueiro e político. O primeiro, pelas olheiras, provavelmente trabalharia por conta de outrem ligado ao segundo. O segundo fazia o que se sabe, devia passar o tempo de charuto na boca meio deformada e sempre concentrado sobre o tabuleiro de xadrez. O terceiro era, dizia, fazia…
Lamento, mas não me lembro. Isto de apanhar e classificar Gambozinos, além de ser do foro psiquiátrico é de zoólogo social amante de um bom néctar da Escócia.
Avelino Rosa Odivelas, 25-12-2015 |
Poesia |
23-12-2015 |
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São Martinho |
10-11-2015 |
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Amanhã é dia de São Martinho. - Castanhas e vinho. Para conhecer a história pesquise na Internet. Um gesto de humanidade de um soldado romano. Nesta altura, de a crispação política e em que a bondade é quase irrelevante, prova-se o vinho com as castanhas, retiradas do “ouriço”. A vida é um pouco assim. São os espinhos que, vencidos, lhe dão mais sabor. Que todos, sentados à mesa do verão tardio, saibam entender que Portugal está em primeiro lugar… |
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Clique em cima da foto para ler a História do 5 de Outubro |
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Poesia |
Tátá |
22-05-2015 |
Poesia |
Morrendo em ti |
22-05-2015 |
Poesia |
Desinteressada |
08-05-2015 |
Poesia |
O teu Retrato |
01-05-2015 |
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Ao cabo de tantos anos, eis como a juventude nos entra porta adentro, acordando a saudade, mas sobretudo mostrando-nos alguém que quase havíamos esquecido - nós próprios. Grato Alda Monteiro e João Luís, por me terem feito recordar tempos fantásticos. (Esta é uma montagem da compilação que o João Luís fez do jornal local de que foi editor - o Alagoa - e que me orgulho de ter sido colaborador). Em Prosa, na opção "1970-2001" pode ver mais textos publicados no Alagoa. Bem hajam Alda e João Luís! |
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Poesia |
Poesia (Dia da Poesia) |
21-03-2015 |
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Poesia |
Babel aqui ao lado |
01-03-2015 |
Poesia |
Estátua fria |
01-03-2015 |
Prosa |
Gente de Fibra (Ótica) |
22-02-2015 |
Poesia |
Cesto de vime |
29-01-2015 |
Poesia |
Pedra de mármore |
11-01-2015 |
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Prosa |
Ao correr das teclas... I |
03-01-2015 |
Poesia |
Escondendo segredos |
02-01-2015 |
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Poesia |
Fantasma Fantasia |
28-12-2014 |
Poesia |
O Grito |
21-12-2014 |
Poesia |
Quero ser Mar (canção) |
14-12-2014 |
Prosa |
Os trauliteiros |
13-12-2014 |
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Prosa |
Jardim dos Desejos |
05-12-2014 |
Poesia |
Beijo com sofreguidão |
11-11-2014 |
Prosa |
Pão que o Diabo amassou |
08-11-2014 |
Poesia |
Plantação de letras |
01-11-2014 |
Poesia |
Essa Força |
21-10-2014 |
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Poesia |
Poema naufragado |
18-10-2014 |
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O Gato das Botas (nova versão) |
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12-10-2014 |
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Fim de outono. De botas reluzentes, passeava-se pela sede da Secção do Partido. Esperava o leader, homem pequeno, esguio e ambicioso. Capaz de quase tudo, de tudo mesmo – desde que por interposta pessoa -, para subir os pedestais da política, até onde fosse legítimo e ou possível. Prometera ajudá-lo, mesmo que tivesse de arcar com as consequências do insucesso, dele claro, que o leader era intocável. Frequentava a Faculdade da Treta, sempre que se lembrava, com o único objetivo de ter um canudo que justificasse um tratamento por deferência – Dr. (Senhor doutor) -, que ficava sempre bem, condizente com a posição e abria alguns círculos mais renitentes a iletrados. As faltas às aulas iam sendo compensadas por colegas do mesmo ramo de atividade, ávidos de servir o servil do chefe, e os próprios docentes – convictos de uma hipotética ascensão -, jogavam na incerteza e probabilidades do futuro, que antes a Deus pertencia e agora a quem mais sabiamente o preparava nos bastidores. E o novo Gato das Botas – como lhe chamavam alguns, em jocosa alusão a uma das versões do conto de Charles Perrault -, ia, paulatina mas objetivamente, preparando o terreno para a sua criação, estabelecendo pontes, abrindo portas, obtendo compromissos, arranjando consultorias com dupla utilidade – sustento e experiência curricular para o chefe. Quando chegaram, finalmente, ao poder, festejando o êxito do programa traçado, o sol foi de pouca dura. O gato lacaio, acusado de falsas habilitações e promessas vãs foi trucidado pelos Media e, contrariamente, ao expectável a um servil, assanhou-se, deitando as unhas de fora e arranhando quem ousasse apontar-lhe como caminho a demissão. E levou tudo de arrasto. O leader, os novos servidores de ambos, os que haviam pactuado ao longo dos anos, até os que, sabendo de tudo, se haviam calado em conveniente conivência. Estes últimos foram julgados e condenados a prisão. Os restantes mudaram, aparentemente, de ramo de atividade ou, pelo menos, de empresa. E tudo continuou como antes. O Gato das Botas reformou-se, mas ainda dá lições de moral aos mais jovens do partido e cobra os serviços que presta como facilitador, desconhecendo-se se a atividade é declarada e se paga IRS. Avelino Rosa, Odivelas, 12-10-2014 |
Poesia |
Pernil de porco |
12-10-2014 |
Raposa predadora |
12-10-2014 |
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A raposa, vaidosa, de pelo brilhante e longa cauda luzidia, parecia faiscar na noite com o néon da discoteca, patética. Bebia um drink numa languidez de freguês habitué, frapê. Mirava, sobretudo, um coelho com pele de veludo. Branco e cinzento, bigodes compridos e nariz nervoso, sempre atento, com orelhas de ouvir tudo à sua volta. Janota, com um laço preto reluzente e diferente na forma de olhar e tentar agradar. O coelho correspondia ao olhar da raposa com um sorriso carente, movendo a dentuça reluzente como se lhe mordiscasse as bochechas eroticamente. Sedento de luar e de noite, eufemismo de porto de abrigo, inimigo de si mesmo. Deleitado com a sua áurea de macho, puro narcisismo. A raposa saiu do salão, exibindo o seu porte majestoso, na direção do jardim de inverno, sombrio e frondoso. O coelho seguiu-a, rebrilhando o olhar, vazio e sequioso. Meia hora depois, a raposa voltou ao salão. Então mais comedida. O brilho apagara-se e a bebida era um chá de tília. Pendendo do pescoço, um novo adereço, preso à écharpe. Um rabo de coelho, ainda em movimentos, lentos.
Avelino Rosa, Odivelas, 10-10-2014 |
Poesia |
Rosto lavrado |
08-10-2014 |
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Poesia |
Droga de vida |
08-10-2014 |
Publicações |
Aquela Viagem |
23-09-2014 |
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No passado sábado, foi lançada a Coletânea "Aquela Viagem", com contos de diversos autores. A Editora Papel d´ Arroz colocará o livro à venda on-line e na Livraria Bertrand. Participo, com mais cinquenta e três autores, publicando um conto, que intitulei "A Viagem", um exercício pelo interior de mim mesmo, produto dos mundos que me envolveram e envolvem. Da História aos meandros de uma cultura manipuladora, com alguma imaginação à mistura. |
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O poder da água |
23-09-2014 |
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A água desce desvairada, pela minha montanha, engrossando, estremecendo a terra, abrindo a cama, por onde escorre, livre e furiosa. Arranca árvores, desloca rochas, arrasta tudo o que se atreve a dificultar-lhe a passagem. O encontro com o mar é uma luta de refregas constantes, que se estendem muito para além da foz de cada ribeira. A água acastanhada da terra, envolvendo os despojos ao longo do seu curso, entra sob a vagaria solene e engalanada de brancos esvoaçantes, reflui e volta a insistir, até que ambos se misturam, numa auréola mesclada ao longo da costa.
Vencido o mar, amansada a água da montanha, entranham-se como os amantes que se diluem, clímax da própria natureza do ato de amar.
As tuas lágrimas rebeldes caem sobre o meu peito. Abrem sulcos que se espraiam pelo corpo, como uma teia, tecida de pensamentos e coisas que não entendo. Mas queimam-me, entram pelos poros e espalham-se, como vírus, temperando-me a vontade. O beijo que me dás então, sabendo ainda a sal, transporta-me para os ocasos serenos de meados do Outono. Avelino Rosa, Odivelas, 21-09-2014 |
Poesia |
Futuro atrasado |
23-09-2014 |
Poesia |
Análise ao sangue |
23-08-2014 |
Poesia |
Escravo do teu olhar |
23-08-2014 |
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Poesia |
Implosão |
13-09-2014 |
Poesia |
Desnudado |
31-08-2014 |
Sonho sonhado |
30-08-2014 |
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Deitei-me já tarde naquela longa noite de Dezembro. Um pensamento, recorrente, latejava na minha cabeça. Prometera que teria um bom sonho e estava decidido a sonhá-lo. Como? Induzindo-o a mim mesmo ao adormecer, imaginando-me na história, não a história. Vivendo-a, como se fosse real, sentindo como se sente acordado. Por vezes resulta, outras não. Era o meu receio de, sem querer, quebrar a promessa que havia feito, a ela e a mim mesmo.
O corpo começou a abandonar-se ao sono. No meu cérebro uma imagem fixa: a do rosto dela. Por vezes, desfocava desaparecendo, com a sobreposição de uma outra imagem indefinida. Teimando, reconstituía o rosto, até ao vagamente nítido, mas o rosto dela - o que eu queria ver, tocar, sentir...
Adormeci. Maria Mar surgiu do fundo da praia. Gaivotas voavam em círculos, brincando na brisa que soprava a espuma das ondas, farrapos brancos que desapareciam no ar. O Sol era já só metade no horizonte. As ondas murmuravam as rezas do final das tardes. O vestido de Maria adejava, confundindo-se com a brancura da espuma e das gaivotas. Eu olhava-a como uma aparição que se ia tornando mais nítida, mais real.
Estava deitado sobre a esteira roçada de observador do mar e de criador de sonhos da distância. Ela parou, indagando-me com um olhar fixo, perscrutador. Como se lhe trouxesse memórias ainda frescas ou lhe lembrasse outra vida esfumada no tempo implacável, que vai abrindo brechas na sua natural secura. Soerguendo-me, com um gesto lento, enfeitiçado, convidei-a a ficar ao meu lado. Ela aceitou.
Ficámos assim, emudecidos, olhando o infinito, sentido o odor da maresia e dos corpos que comunicam sem palavras. As gaivotas pousaram em nosso redor, repousando das danças agitadas e dos voos errantes. Como se a tarde, já com o Sol feito de mil cores, fosse pretexto para o abandono dos nossos corpos à volúpia, ao êxtase intemporal. |
Poesia |
Estrela Marota |
30-08-2014 |
Poesia |
Corpo Cansado |
30-08-2014 |
Poesia |
Pedra Inanimada |
30-08-2014 |
Prosa |
A Caçada |
30-08-2014 |
Conversas de café 02 |
14-08-2014 |
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Há quem nunca mude aos nossos olhos. Ainda hoje, quando o vemos de fraque e laço, numa ocasião solene de salão, vemos o casaco gasto e seboso da Faculdade. O olhar enviusado e o sorriso torcido. A cara esburacada de galo atrevido e conquistador de poleiros de poder curto ou tolerado e conveniente. É verdade que há galinhas que cacarejam na razão inversa dos ovos que põem, mas ele há galos que galam voltados à Lua, em razão exclusiva de objetivos pessoais bem delineados e só atingíveis com inteligentes estratégias de chico “espertismo”, anuladas de valores e despidas da mais vulgar decência.
E singram e alcançam, para eles e para a família. O segredo está em vender a alma ao Diabo? Está apenas na desfaçatez e, cada vez mais, na normal realidade de conseguir obter o grau maior do ser insensível e de dormir como o anjo transviado que abraçou a secular profissão da importância e desprezo inúteis. |
Poesia |
Poema para ti |
13-07-2014 |
Poesia |
Instantes breves |
07-06-2014 |
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Poesia |
Surgiste do nada |
05-06-2014 |
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Poesia |
Conformado |
24-05-2014 |
Poesia |
Autista |
24-05-2014 |
Poesia |
Loucura |
24-05-2014 |
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Maldição |
29-03-2014 |
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Um mendigo – pelo menos a avaliar pelo traje (fato e gravata esfarrapados) e a barba por fazer -, entrou no Café, segurando-se na porta e no canto do balcão, como se fosse desfalecer a todo o momento. Olhado por todos, com comiseração, ergueu a cabeça e disse:
- Fui um Servidor do Estado durante mais de 40 anos. Trabalhei muito para além do que me exigiam e do que me pagavam. Agora estou desempregado, sem ordenado e com uma pensão de miséria. Vivo de esmolas. Morro, um pouco, todos os dias. Talvez morra de vez agora ou nos próximos dias. É por isso que tenho de lançar esta maldição agora: A todos os que me prometeram segurança no trabalho, regalias confiáveis, tratamento justo, recompensas por maior esforço, gratidão pelo exemplo; a todos, primeiros-ministros, ministros, secretários de estado, que não cumpriram o prometido; a todos os empresários, jornalistas, comentadores e gente malformada que, aos poucos, foram minando a confiança no serviço público e pedindo a cabeça dos servidores do Estado; a todos os que, propositadamente, para fazerem valer os seus interesses, foram transformando os servidores públicos em malfeitores; a todos eles, a todos mesmo, sem excepção, desejo que morram da pior forma, sofrendo o tempo suficiente para se lembrarem do mal que fizeram. Que as dores os dilacerem, que o arrependimento lhes provoque hemorragias. Que a morte os disforme como seres inumanos.
Dito isto, o mendigo saiu ligeiro, sem se apoiar em nada e desapareceu pela rua abaixo. Dos clientes do Café, uns riram, outros nem tanto. Eu, como outros, fiquei a pensar. |
Foto poemas |
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Circo |
01-03-2014 |
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A jovem circense que encantava os espetadores saltitando no arame e rematando com uma acrobacia ímpar, padecia de inveja. Dos seios das mulheres que observava. Resolveu, então, fazer um implante. Ao voltar ao trabalho, apercebeu-se de que perdera o ponto de equilíbrio. Não se deu por vencida e treinou, treinou... até readquirir parte da elegância com que percorria o arame, a cinco metros da pista do circo. Mas, a acrobacia... nunca mais a pode executar. Só a rede a salvou nas inúmeras tentativas de voltar aos seus dias de glória. Moral da história: os seios pequenos são encantadores. Se não gostou, tire você mesmo a conclusão. |
Poesia |
Paixão louca |
01-03-2014 |
Dia dos Namorados |
14-02-2014 |
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O Dia dos Namorados (ou de S. Valentim) tem origem na segunda metade do Século III. Roma, governada pelo imperador Claudius II, estava envolvida em diversos confrontos sangrentos e experimentava dificuldades em recrutar novos solados. Claudius II terá cismado que os homens não queriam abandonar as suas esposas, namoradas e amantes, pelo que proibiu os noivados e casamentos em Roma. Valentim, o bispo de Terri, por fervor ou devoção, continuou a casar jovens apaixonados, o que motivou a sua decapitação em 14 de Fevereiro de 270.
Em 498, Valentim é canonizado. As festividades em honra deste santo foram, a pouco e pouco, substituindo as Lupercais, festas pagãs da fertilidade. Durante a idade Média S. Valentim tornou-se num dos santos mais populares de alguns países. Em 1840, Ester A. Howland começou a produzir lembranças para comemorar o Valentine´s Day. Daí em diante, a ideia foi conquistando o Mundo e, hoje, é quase indispensável oferecer algo a quem se ama. Mas, um beijo bem apaixonado, daqueles que perduram ao longo dos anos, mesmo no fundo das cinzas, é bem capaz de ser o melhor presente. |
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Conversas de Café 01 |
02-02-2014 |
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... -Temos saladinha de frutas, mousse de chocolate, arroz docinho e pudimzinho. - E que me aconselha? - Pudimzinho que é caseirinho... .... Somos assim, assimzinho melhor dizendo. Por isso temos um presidentezinho, um governozinho, ministrinhos e deputaduzinhos e mais “inhos” que nem convém mencionar. Será que não há ninguém que mande, já crescidinho? Tadinhos!. De nós, claro. Que almoço mais chatinho... |
Poesia |
Adereços |
02-02-2014 |
Poesia |
Acendeste um Sol |
02-02-2014 |
Foto poemas |
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Prosa |
Contos eróticos (2007 e 2011) |
25-01-2014 |
Poesia |
Novo Ano |
04-01-2014 |
Foto poemas |
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Poesia |
Fuso e roca |
26-12-2013 |
Poesia |
Fugi de mim |
26-12-2013 |
Poesia |
Poço do Diabo |
26-12-2013 |
Poesia |
Insanidade... |
26-12-2013 |
Poesia |
Caminhos |
26-12-2013 |
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Língua portuguesa |
01-12-2013 |
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Assim vai a Língua Portuguesa. “Tar” em vez de estar. “Tão” em vez de estão. Não mereceria reparo se esse linguajar não fosse da responsabilidade de figuras públicas, incluindo deputados e governantes, a quem se exige a preservação daquele património, falando corretamente, dando o exemplo aos cidadãos e, sobretudo, à Escola.
“Tão, badalão” soa o sino, tocado a preceito pelo Sacristão. “Ão, ão, ladra o cão. Camões deve estar a coçar os... cabelos, desvelo de poeta de um País imaginário. Fadário?! Não existe. Apenas a educação e a cultura, que se iniciam nos bancos da Escola e se cultivam.
Retomada a polémica do Novo Acordo Ortográfico, convinha manter a matriz da língua portuguesa. |
Foto poemas |
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Poesia |
Pássaro tardio |
08-09-2013 |
Poesia |
Tristeza |
08-06-2013 |
Poesia |
Coisa nenhuma |
08-06-2013 |
Poesia |
Vens pela Net |
30-05-2013 |
Poesia |
Flor selvagem |
07-05-2013 |
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Nebulosa |
19-03-2013 |
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As nebulosas são nuvens de poeira, hidrogénio e plasma. Poeira todos sabem o que é. Hidrogénio é um gás inflamável, incolor e inodoro. O plasma, gás ionizado, é designado de quarto estado da matéria. Isto, em termos científicos. Em termos práticas, digamos que uma nebulosa é uma espécie de enxame de gentes, de diversos quadrantes, propensas a contradições, confusões e inflamações, mais ou menos descoloridas e sem odor contagiante, que atuam num universo confabulado e nos azucrinam o juízo quotidianamente.
Ficamos, assim, nublados, mais do que espanto, por uma profunda estupidificação do que nos está a acontecer. Sobretudo, por nos sentirmos radiantemente ionizados a caminho da fissão. |
Poesia |
Atualização, incluindo-se textos de 1971 a 1972 |
02-03-2013 |
Prosa |
Atualização, incluindo-se textos de 1970 a 1972. |
02-0922013 |
Prelúdio e fuga |
09-02-2013 |
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No limiar. De quase tudo, do quase nada. Balanceando a vida. Esgueirando-nos pelos intervalos do tempo. Vivendo, morrendo, ressuscitando. Dos prazeres ao desespero, ressacando no ócio. Quase sublimes, nos momentos de afirmação. Recatados, escondidos, nas longas ausências de identidade. Perspicazes, mordazes e gentis nas palavras. Aborrecidos nas delongas e pausas intempestivas. Amantes das indefinições, incógnitas e das frases incompletas. Sensíveis, mesmo quando indiferentes. Ternos, na assunção de macho e fêmea. Emocionados nas coisas banais.
As árvores crescem do seio da Terra. Brotam de sementes que não é necessário semear. Nascem e morrem porque pertencem à Natureza. Uma natureza que nos escapa. Nem nos faz pensar, perder um pouco do nosso tempo para conhecer ou, simplesmente, imaginar o milagre. Detemos o saber de quase tudo. Menos o saber de nós. Criamos, recriamos os mesmos ciclos, permanentemente. Adoramos santinhos e santinhas ou um Deus do alter-ego das nossas aflições. No quotidiano, prestamos tributo a ídolos fabricados pelos Media, que conhecemos apenas pela voz, pela imagem e, raramente, ao vivo, numa distorção projetada da nossa própria insatisfação face aos padrões de vida que, num processo difuso, vai sendo fabricando.
O padre António Vieira falou aos peixes. Luís de Camões cantou a epopeia dos Descobrimentos. Fernando Pessoa refugiou-se nos heterónimos para, de modos diferentes, dizer do mesmo. E o mesmo é que, apesar das múltiplas facetas dos que escrevem sobre a Humanidade, há um prelúdio e fuga que se repete. Talvez porque seja a essência da condição humana. |
Galos de crista baixa |
26-09-2012 |
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Há cada vez mais galos com a crista baixa. Sinal dos tempos. Agora olham à distância a paisagem que antes não viam. Talvez se surpreendam com o que os rodeia ou, simplesmente, começaram a entender que deixaram de ser o centro das atenções e passaram a alvo. Os muros do mundo de ficção que foram criando, ao longo do tempo, no doce embalo do poder das coisas efémeras, ruiu. Começam a sentir-se sós, abandonados. Alguns, estrebucham, ainda, como o galo mal decepado que bica sem ver, apenas porque pressente o segundo golpe da faca.
Finalmente, há galos que não sendo dignos da capoeira, vão perdendo o canto (e o encanto), baixando a crista, recuando, aos poucos, para o canto mais escuro do galinheiro. |
Barco à vela |
10-06-2012 |
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Alguém acredita que esta “coisa” velejava? Pois garanto que sim. E levava duas pessoas. A foto foi tirada em setembro de 1977 na Lagoa de Albufeira. Foi construída em contraplacado e cabia no tejadilho do meu FIAT 128. Embora não se veja na foto, tinha leme e caixa de patilhão com o respetivo, feitos também de contraplacado. Não metia água e atingia uma velocidade interessante mesmo com pouco vento. |
Merklande |
07-05-2012 |
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Em que é que o “Merklande” vai alterar a política do “Merkozy”? - Na possibilidade de, designadamente, modificar a rigidez da austeridade, permitindo algum crescimento económico e, consequentemente, o relançamento da economia interna com a diminuição do desemprego. A pergunta e resposta assentam na perspetiva de uma mudança da política europeia, numa visão otimista e de esperança. Eu cá, sendo um rapaz otimista, fico na mesma. Apenas espero que não venha mais do mesmo. |
Prosa |
Delírios |
15-04-2012 |
Falar, sem dizer nada |
24-09-2011 |
Connosco o nosso comentador que nos vai responder ao que acha da crise. “- Bem, como venho dizendo, repetidamente, acho que devo ser a única pessoa a ir ao âmago da questão, que é o das raízes do problema, com as envolvências que conhecemos, o que condiciona fortemente a evolução económica, não só ao nível do nosso País, mas de uma forma global. É previsível que durante este ano, e até meados do próximo, não se obtenham resultados visíveis que possam, de algum modo, dar sinais de um arranque significativo.”.
Vou pensar seriamente em ser comentador. Basta ter boa aparência, falar benzinho e, sobretudo, como dizia o Padre da minha Freguesia de Jovem, “quando falamos devemos imaginar que as pessoas que estão à nossa frente são um serrado de repolhos”. Pois, o homem até tinha alguma razão. Parafraseando outro que já foi para terras dos “bifes”: - E os burros somos nós?!... |
Poesia |
Caravelas Persistência |
24-09-2011 |
Prosa |
Camões, o chato! |
24-09-2011 |
Ludovico |
David e Golias |
24-09-2011 |
Kekeka kekeres? |
06-08-2011 |
Kekeka kekeres? – Escreveu ela. - Quêee?! – Retorqui eu, perante tão insólita pergunta? – Nanada de maismais ... é keke sou gagaga. – Não sabia que os gagos também escreviam gaguejando... lol – Respondi eu. - Poixixix... É parara sabereseres keke sousou assimsim.
Mais uma vez o chat. Agora uma gaga. Não disse antes que este Verão era para esquecer? Compra um gajo um pc portátil, um pingarelho de internet móvel, mete-se nos chats e sai disto. A crise tomou conta de tudo ou quêquê? Daqui a pouco quem gagueja sou eueueu... |
Poesia |
Casa túmulo Melro preto |
06-08-2011 |
Prosa |
Cores do desejo |
06-08-2011 |
Ludovico |
Obama, já chega |
06-08-2011 |
Férias, kais férias? |
18-07-2011 |
(Tou rendido à linguagem dos chats, por isso, não kero mesmo saber do português, com Akordo ou sem ele.)
´Vem um gaijo à procura de uma cena para curtir umas férias no Algarve e xega à konklusão ke não era a cena ke tinha endrominado. Não tá muita maltosa, isso não tá. Mas há bué de portugas, kuando tava à espera dumas xikas inglesas, alemoas, francesas, suekas… sei lá, de gaijas bouas memo. As portugas só gritam e armam chavaskal e cortam-se kuando a cena é pra valer. As stranjas vão memo até...Ya.
Atrakei a uma gaija de Leiria e a coisa tava a dar, mas, num repente, ela disse-me: “- Ya, meu, a cena tá fixe, mas vou bazar!”. Sem mai nada. E bazou memo. Fiquei prali feito totó, com kara de palhaço. Tão a ver… Foi então ke decidi voltar pro Pourto, kisto de axar ke o Algarve é pra stranjos já deu… E depois kerem ka gente axe piada ao ALLgarve. Tasse, meu. |
Poesia |
A Taberna A Bola |
18-07-2011 |
Prosa |
A Fatinha e a Maria Olívia |
18-07-2011 |
Ludovico |
A Crise Maior |
18-07-2011 |
Incerteza... |
05-06-2011 |
Ainda não há resultados eleitorais, mas serão conhecidos daqui a poucos minutos. Votei como todos os cidadãos o deviam ter feito, sobretudo neste momento particular que exige, de todos nós, uma participação activa. Dito isto, fica-me a boca amarga, como se um bago de fel, alimentado nos últimos anos, aumentasse num pico, esperado, de incerteza.
A incerteza, não tanto dos resultados mas, sobretudo, do que nos espera. |
Poesia |
Amor recorrente |
05-06-2011 |
Agora, e o depois... |
19-04-2011 |
O cabelo, outrora loiro, a adivinhar-se pelos resquícios de madeixas irregulares, estava agora empastado e tingido de cor de cinza, mesclada de encardidos e negros. O vestido amarrotado, provavelmente comprado em tempos de abundância, denunciava ainda uma marca famosa. Nos pés, uns chinelos sem cor, gastos. Quando voltei ao rosto daquela mulher jovem, maltratado e sujo, perdi-me num azul profundo, de mar tempestuoso, sem sinais de calmaria.
Deambulando, trôpega, entre as mesas da esplanada do Café, repetia a mesma frase: “- Estou desempregada, uma esmola, por favor!”. |
Prosa |
A Senhora Marquesa |
19-04-2011 |
Poesia |
Beijo ausente |
19-04-2011 |
Ludovico |
Crise, qual crise? |
19-04-2011 |
A Cidade |
29-01-2011 |
Vivo na cidade porque gosto de me sentir incógnito entre a multidão. Dizia eu isso há muitos anos atrás. Era então quando se manifestava o antagonismo com um meio pequeno, onde vivera e em que toda a gente se conhecia. As coscuvilheiras das janelas, debruçadas sobre o seu pequeno Mundo, faziam chegar, nunca soube porque artes, a notícia das minhas peripécias nocturnas a casa antes do meu regresso. Porque não havia telefone e o passa palavra estava impedido por uma ponte e mais uns bons metros de estrada. Embora nunca tenha ligado muito a isso, senti-me muito mais livre e senhor de mim mesmo na Capital, descobrindo os novos horizontes. Hoje, não sei se é assim. Vivo na Cidade como se não vivesse. Faço um percurso diário periférico e volto-lhe costas sempre que posso. Tento dosear a Baixa como medicamento de recurso e inevitável. Reconheço as vantagens das grandes superfícies comerciais, mas sei, quase sempre, à partida, onde está o que quero mesmo. No hipermercado levo cerca de meia hora nas compras da semana. As promoções passam-me, quase sempre, despercebidas. Há uns anos atrás, sofri a vergonha de me terem telefonado a pedir explicações por ter respondido a um inquérito em que afirmava não ter notado o “Festival da Páscoa” ou outra coisa parecida, que até tinha milhares de ovos e coelhinhos. Não vi mesmo, mas compreendo o desespero deles com pessoas assim como eu. Mas ainda não respondi à minha própria dúvida. Tento pensar como seria viver longe da cidade, num qualquer lugar. Talvez até a poucos quilómetros da Capital. Mas nem imagino. Sou dos acérrimos defensores da descentralização e da criação de valências locais. Vocifero contra os engarrafamentos, contra a poluição, contra a perda de tempo e do tempo não vivido, mas não me imagino a viver fora da Cidade. É uma contradição, aceito. É como sentir, ao mesmo tempo, que estou longe e perto, com tudo à mão. É como estar isolado, sabendo que posso ter um banho de multidão anónima, que me pode apetecer cumprimentar, mas não tenho de o fazer e muito menos de inventar conversas de ocasião. Coisas de ilhéu!...
(A foto é de uma rua estreita para os lados de Alcântara) |
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